Um estudo inédito da consultoria Vila Nova Partners revelou um panorama detalhado da remuneração e perfil dos CEOs e membros de conselhos de administração nas maiores empresas brasileiras. Os números falam por si só: salários milionários, predominância masculina e uma lenta evolução na diversidade de gênero marcam o cenário da liderança corporativa no país.
CEOs: salários astronômicos e perfil predominantemente masculino
O estudo analisou 84 CEOs de empresas listadas no Ibovespa, revelando uma remuneração média anual de R$ 15,36 milhões. Isso significa que um CEO brasileiro ganha, em média, mais de R$ 1,28 milhão por mês, um valor quase três vezes superior ao salário médio dos diretores das mesmas empresas.
O perfil do CEO brasileiro é predominantemente masculino e com formação em engenharia. Apenas 5% dos CEOs são mulheres, e a idade média é de 54,8 anos. O setor da saúde se destaca com os maiores salários para CEOs, ultrapassando os R$ 29,31 milhões por ano.
Conselhos de administração: remuneração alta e poucas mulheres
Os membros dos conselhos de administração também recebem remunerações elevadas, com os presidentes dos conselhos ganhando em média R$ 377.419 por mês. Esse valor é quase cinco vezes maior que o dos demais membros.
Apesar de 90,4% dos conselhos terem pelo menos uma mulher, a representatividade feminina ainda é baixa. Apenas 22,9% dos conselhos têm três ou mais mulheres. A indústria é o setor com maior presença feminina nos conselhos, enquanto o setor de saúde apresenta a menor representatividade.
O que explica esses números?
A alta remuneração dos CEOs e membros de conselhos pode ser justificada pela complexidade das decisões que tomam e pelo impacto dessas decisões nos negócios e na economia. No entanto, a disparidade salarial entre homens e mulheres e a baixa representatividade feminina nos cargos de liderança são questões que precisam ser urgentemente abordadas.
Quais os desafios para o futuro?
Aumentar a diversidade de gênero nos conselhos de administração e nos cargos de CEO é um desafio urgente para as empresas brasileiras. Diversas pesquisas demonstram que empresas com maior diversidade de gênero tendem a ser mais inovadoras e rentáveis.
Além disso, é preciso discutir a questão da equidade salarial entre homens e mulheres. A diferença salarial entre CEOs e diretores, assim como entre homens e mulheres, é um reflexo de uma desigualdade mais profunda na sociedade.
O estudo da Vila Nova Partners revela um panorama complexo da liderança corporativa no Brasil. Por um lado, temos profissionais altamente qualificados e bem remunerados tomando decisões estratégicas para as maiores empresas do país. Por outro lado, a falta de diversidade de gênero e a disparidade salarial são desafios que precisam ser superados para construir um futuro mais justo e equitativo.