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Bula Digital: Anvisa dá o Primeiro Passo, Mas Idec Faz Ressalvas

Em uma iniciativa inédita, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última quarta-feira (10), um projeto-piloto para testar a substituição da bula impressa em papel por uma versão digital em alguns medicamentos. O objetivo principal é facilitar o acesso à informação para os consumidores, principalmente aqueles que utilizam medicamentos sem prescrição médica e, por isso, muitas vezes não leem a bula tradicional.

Bulas Digitais com QR Code:A proposta prevê a impressão de um QR Code nas embalagens dos medicamentos, permitindo que o consumidor acesse a bula digital diretamente em seu smartphone ou outro dispositivo com acesso à internet. Além da bula completa, o QR Code também poderá fornecer informações adicionais, como vídeos e instruções para auxiliar no uso correto do medicamento.Mudança Gradual, Sem Abandono da Bula Impressa:É importante destacar que a iniciativa da Anvisa não significa o fim da bula impressa em papel. Pacientes ou profissionais de saúde que preferirem a versão tradicional ainda poderão solicitá-la aos atendentes das farmácias. As farmácias, por sua vez, deverão ter placas informativas sobre essa opção para facilitar o atendimento.Projeto Piloto com Duração Determinada:O projeto-piloto terá vigência até 31 de dezembro de 2026. Durante esse período, as informações coletadas e monitoradas serão utilizadas para embasar a futura regulamentação sobre o tema.Quais Medicamentos Terão Bula Digital?Nessa fase inicial, a bula digital será permitida apenas para os seguintes casos:

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  • Amostras grátis de medicamentos: Embalagens de medicamentos com amostras grátis já poderão contar com a versão digital.

  • Medicamentos para estabelecimentos de saúde: Hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de saúde (exceto farmácias e drogarias) também poderão ter acesso à bula digital para os medicamentos utilizados em seus pacientes.

  • Medicamentos sem prescrição médica: Medicamentos que podem ser adquiridos sem receita médica também terão a opção da bula digital.

  • Medicamentos com destinação governamental: Medicamentos destinados a programas governamentais, em embalagens com inscrições do Ministério da Saúde, também poderão ter a bula digital.

  • A escolha desse grupo inicial de medicamentos, segundo a Anvisa, prioriza aqueles que são entregues por profissionais de saúde durante consultas, garantindo a orientação sobre seu uso adequado. Além disso, inclui produtos considerados de baixo risco ou aqueles utilizados sob supervisão de profissionais de saúde em hospitais e clínicas.Idec Pede Cautela e Fiscalização Rigorosa:O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) acompanha a iniciativa com cautela e ressalta a necessidade de garantir que a adoção das bulas digitais não prejudique os consumidores. Em ofício enviado à Anvisa, o Idec solicitou que a medida fosse debatida com mais profundidade e que a versão digital seja apenas uma opção adicional, e não a única forma de acessar as informações sobre o medicamento.O Idec também alerta para os riscos de intoxicação por consumo inadequado de medicamentos e para as desigualdades relacionadas ao acesso à internet e ao letramento digital que podem ser aprofundadas com a medida.Debate Aberto e Busca por Soluções Equilibradas:A iniciativa da Anvisa abre um debate importante sobre o futuro da informação sobre medicamentos no Brasil. É fundamental que todos os envolvidos, incluindo autoridades, indústria farmacêutica, profissionais de saúde, consumidores e entidades de defesa do consumidor, trabalhem juntos para encontrar soluções que facilitem o acesso à informação e garantam a segurança dos pacientes.Acompanhe o Desenvolvimento do Projeto:Para se manter atualizado sobre o projeto-piloto de bulas digitais da Anvisa, você pode consultar os sites da Anvisa e do Idec:
  • Anvisa: https://www.gov.br/anvisa/pt-br

  • Idec: https://idec.org.br/
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