Em setembro de 2023, um evento geológico de proporções gigantescas ocorreu em uma região remota da Groenlândia: um megatsunami com ondas de até 200 metros de altura varreu o Fiorde Dickson. Essa catástrofe, que passou despercebida por meses, levanta novas preocupações sobre os riscos de eventos extremos em regiões glaciais e a necessidade de intensificar os estudos sobre esses fenômenos.
Como aconteceu?
Pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ) descobriram que o megatsunami foi desencadeado por um deslizamento de terra de grandes proporções. A instabilidade da encosta, combinada com a penetração de rochas, causou o deslocamento de uma imensa massa de gelo e rocha para dentro do fiorde, gerando ondas gigantescas.
Por que demorou tanto para descobrir?
A magnitude do evento só foi compreendida meses depois, graças à análise de dados sísmicos globais e imagens de satélite de alta resolução. Os sinais sísmicos detectados, incluindo um de alta energia e outro com longa duração, foram cruciais para identificar a localização e a extensão do deslizamento que causou o megatsunami.
Quais foram os impactos?
Os efeitos do megatsunami se estenderam por uma vasta área, causando danos significativos em uma instalação militar localizada na Ilha Ella. Ondas de até 60 metros foram observadas ao longo de 10 quilômetros do fiorde.
Por que esse evento é preocupante?
A ocorrência desse megatsunami na Groenlândia não é um caso isolado. Em 2017, outro tsunami causado por uma avalanche já havia devastado uma vila no oeste da Groenlândia. Esses eventos demonstram que regiões com geleiras e encostas instáveis estão sujeitas a riscos de megatsunamis, com potencial para causar danos em larga escala e até mesmo gerar tsunamis que podem atingir regiões mais distantes.
Quais as implicações para o futuro?
A descoberta tardia desse megatsunami destaca a necessidade de:
- Intensificar o monitoramento de regiões glaciais: É preciso investir em sistemas de monitoramento mais eficientes para detectar sinais de instabilidade e prever a ocorrência de deslizamentos de terra.
- Desenvolver modelos mais precisos: Os cientistas precisam aprimorar os modelos matemáticos que simulam a propagação de tsunamis, para que seja possível avaliar melhor os riscos e elaborar planos de emergência.
- Aumentar a conscientização sobre os riscos: A população que vive em regiões costeiras próximas a áreas glaciais precisa ser informada sobre os riscos de tsunamis e como se proteger em caso de ocorrência desses eventos.
O megatsunami na Groenlândia é um alerta para a fragilidade do nosso planeta e a importância de estudar e monitorar os processos geológicos em curso. A compreensão desses fenômenos é fundamental para reduzir os riscos e proteger vidas.